É possível descrever o isomalte como um tipo de adoçante com menos calorias do que o açúcar e que pode ser bom para os diabéticos e para quem está tentando emagrecer. Você descobrirá a seguir se o isomalte faz mal ou bem para a saúde e como usar esse substituto do açúcar da melhor forma possível.
Seja por causa de um diagnóstico de diabetes, pelo desejo de emagrecer ou para ter uma alimentação equilibrada, é importante descobrir como substituir o açúcar por algo mais saudável. Não deixe de conferir.
Hoje em dia, muitos buscam por substitutos para o açúcar que tenham menos calorias e que sejam mais saudáveis do que o açúcar refinado. Muitos ainda ficam em dúvida se é melhor usar açúcar ou adoçante para uma boa saúde. De fato, o isomalte é menos calórico e tem um índice glicêmico menor do que o açúcar comum, mas será que isso o torna um alimento saudável?
Saiba agora se o isomalte faz mal e descubra o que ele pode trazer de bom para a sua saúde, além de descobrir se trocar o açúcar pelo isomalte é uma escolha segura e saudável para a sua dieta.
Isomalte – O Que é?
O isomalte é um tipo de açúcar de álcool sintético que pode ser uma alternativa ao açúcar.
O álcool aqui não tem nada a ver com bebidas alcoólicas, mas sim com o fato dessas moléculas serem carboidratos que contém a função orgânica álcool em sua estrutura química.
Açúcar de álcool
Existem vários tipos de açúcares de álcool. Exemplos incluem o xilitol, o eritritol, o maltitol, o sorbitol e o manitol. Tratam-se de substâncias que têm sabor similar ao do açúcar mas que apresentam menos calorias e causam menos malefícios à saúde.
O isomalte é produzido por meio do processamento de outros açúcares. Ele é composto basicamente por uma junção de 2 dissacarídeos que são: o gluco-manitol e o gluco-sorbitol. Essas moléculas são obtidas por meio de uma modificação enzimática de moléculas de sacarose que acabam se transformando em moléculas de gluco-manitol e gluco-sorbitol.
Dessa forma, ele apresenta algumas propriedades semelhantes ao manitol e ao sorbitol – quando encontrados em suas formas isoladas – quase sem perder o sabor do açúcar.
FODMAP
Açúcares de álcool como o isomalte são também um tipo de FODMAP – do acrônimo em inglês Fermentable Oligo-, Di-, Mono-, Saccharides and Polyols – que são carboidratos que atuam como fibras alimentares por serem difíceis de digerir.
Muitos desses açúcares são encontrados em frutas e vegetais, mas a maioria deles é processada a partir de outras fontes de açúcar – como a glicose presente no amido de milho, por exemplo.
No caso do isomalte, ele é produzido artificialmente a partir da isomaltulose – um produto da sacarose – com a adição de hidrogênio e de enzimas específicas.
Uma das vantagens de optar por um açúcar de álcool como o isomalte é que ele apresenta uma estrutura química muito parecida com a do açúcar comum, o que faz com que ele ative os mesmos receptores de sabor doce na língua e ative a mesma sensação de prazer observada quando ingerimos açúcar.
Calorias e índice glicêmico
A diferença entre o isomalte e outros adoçantes artificiais encontrados no mercado é que os adoçantes geralmente contêm pouquíssimas calorias – ou, até mesmo, zero calorias. Nesse caso, o isomalte não é isento de calorias, mas ainda assim o seu teor calórico é menor do que o do açúcar comum.
O isomalte apresenta 2 calorias por grama de substância, um índice glicêmico igual a 9 e 55% de doçura em relação à sacarose (açúcar comum).
O teor calórico do isomalte é 50% menor do que as calorias encontradas na sacarose. Mas o mais interessante é que o índice glicêmico do isomalte é muito baixo e praticamente não altera os níveis de açúcar no sangue porque ele é lentamente absorvido pela corrente sanguínea. Isso significa que, ao contrário do que é observado com o açúcar comum, não ocorrem picos de açúcar no sangue após a ingestão de isomalte.
É por isso que os açúcares de álcool em geral são indicados como alternativa ao açúcar para diabéticos e para pessoas que sofrem de síndrome metabólica.
Conheça mais sobre a importância do índice glicêmico dos alimentos na sua dieta.
Queridinho dos confeiteiros
Confeiteiros que fazem doces diet adoram usar o isomalte. Isso porque ele é mais resistente á cristalização e também é mais maleável do que o açúcar comum.
Além de reduzir o teor calórico dos produtos, ele facilita o trabalho de decoração dos doces.
Digestão do isomalte
Cerca de 10% do isomalte é digerido e transformado em glicose, sorbitol e manitol no intestino delgado.
O restante é fermentado e decomposto por bactérias benéficas (encontradas no intestino grosso) em ácidos graxos de cadeia curta e em gases. Os produtos formados são usados como alimento para essas bactérias ou absorvidos pelo cólon para serem expelidos do organismo.
Isso significa que o isomalte atua como um prebiótico já que ele funciona como uma fibra dietética que serve de alimento para as bactérias saudáveis do intestino.
Além do mais, a digestão do isomalte exige um esforço muito maior do organismo quando comparado ao açúcar comum, o que o torna uma ótima alternativa para pessoas que estão perdendo peso ou que estão em uma dieta para regular os níveis de açúcar no sangue.
Saúde dos dentes
Uma pesquisa do International Journal of Dentistry, publicada em 2010, mostra que álcoois de açúcar como o xilitol, o eritritol, o sorbitol e o isomalte podem promover a remineralização dos dentes, o que significa que eles podem prevenir cáries e deixar o esmalte dos dentes mais forte.
Isomalte faz mal?
Até agora, parece que o isomalte é inofensivo, mas será que seu uso pode causar algum efeito adverso inesperado? Vamos ver o que dizem alguns estudos sobre o assunto.
Um estudo publicado em 2005 no British Journal of Nutrition mostrou que o isomalte foi bem tolerado em uma dose de 30 gramas por dia e que ele é capaz de melhorar a função intestinal sem alterar a consistência das fezes e sem prejudicar o metabolismo.
O isomalte é considerado aceitável para uso diário pelo órgão de saúde The Joint Food and Agriculture Organization / World Health Organization Expert Committee on Food Additives (JECFA), mas não é aprovado para uso em todos os países.
O principal risco associado ao uso de álcoois de açúcar como o isomalte é que eles podem ocasionar problemas digestivos.
Por ser rico em fibras, ele causa uma espécie de efeito laxante. O isomalte pode atrair água da parede intestinal e causar efeitos adversos como a diarreia, quando ingerido em excesso. Os FODMAPs, em geral, podem causar efeitos adversos como dor de estômago, gases, diarreia e inchaço abdominal em algumas pessoas.
Como Usar
Estudos indicam que o melhor a ser feito para não experimentar nenhum efeito adverso é não ultrapassar a ingestão de 50 gramas de isomalte por dia.
O ideal é começar o uso desse açúcar em quantidades menores e observar a resposta do seu corpo, pois algumas pessoas são mais sensíveis ao efeito laxante do isomalte do que outras. Em outras palavras, você precisará ficar atento se o isomalte faz mal ou não ao seu corpo após esse processo.
Na maioria dos casos, os possíveis efeitos colaterais podem ser evitados ao usar quantidades moderadas de isomalte, mas pessoas que sofrem de síndrome do intestino irritável ou que são sensíveis aos FODMAPs podem não se dar bem com o isomalte, mesmo em baixas doses.
Sinais de sensibilidade aos álcoois de açúcar em geral incluem:
- Diarreia;
- Dor abdominal;
- Flatulência;
- Inchaço.
Tais efeitos colaterais são observados em pessoas que apresentam má absorção de álcoois de açúcares, mesmo quando quantidades muito baixas do açúcar são ingeridas.
Pessoas com esse tipo de sensibilidade geralmente sentem desconfortos gastrointestinais ao comer alguns tipos de frutas ricos em carboidratos do tipo FODMAPs. Nesses casos, é preciso buscar orientação médica para adequar a dieta e minimizar o desconforto sem deixar de consumir alimentos saudáveis.
Preste atenção no rótulo de alimentos diet
Sendo sensível ou não, é importante prestar atenção no rótulo de doces como biscoitos livres de açúcar, sorvetes sem açúcar, chocolate diet, balas e gomas de mascar sem açúcar. Para preservar o sabor doce desses alimentos, é comum que os fabricantes adicionem açúcares alternativos como o xilitol ou o isomalte em suas fórmulas.
Desta forma, é importante ler o rótulo desses produtos para saber a quantidade de açúcar que você está ingerindo para evitar excessos e reduzir o risco de apresentar problemas gastrointestinais.
Além disso, é sempre bom ficar atento à presença de informações enganosas nos rótulos de alimentos que você compra.
Isomalte é bom, mas com cautela
Mesmo sendo rico em fibras importantes para fortalecer ou recuperar a saúde da flora intestinal, tais fibras podem ser obtidas por meio de alimentos como frutas e vegetais que fornecem diversos outros nutrientes para o nosso corpo e não precisamos do isomalte ou de outros álcoois de açúcares isolados para incluir os FODMAPs à nossa dieta.
O ideal seria que não precisássemos de nenhum tipo de açúcar em nossas dietas, mas algumas pessoas têm mais dificuldade do que outras de limitar o consumo de açúcar no dia a dia.
Assim, o isomalte – em doses adequadas – é uma boa opção de adoçante para usar na sua dieta no lugar do açúcar de mesa. Mas, em casos de dúvidas sobre o melhor açúcar para você, é indicado procurar um nutricionista de sua confiança para uma avaliação mais cuidadosa.
Referências Adicionais:
- https://foodinsight.org/sugar-alcohols-fact-sheet/
- https://cspinet.org/new/201312311.html
- https://caloriecontrol.org/presenting-polyols-a-sugar-alternative-with-sweet-taste-serious-benefits/
- https://www.sugar.org/about/in-the-news/consumers-are-confused-decoding-artificial-sweeteners/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16197583
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21426952
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2836749/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5093271/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2836749/
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