Veja a seguir o que é bronquite, quais são os tipos dessa doença respiratória e os cuidados a serem tomados por quem sofrer com a condição.
Embora a bronquite seja uma doença comum em todo o mundo, muitas pessoas têm dúvidas quanto aos cuidados que se deve ter e aos tipos existentes. Isso ocorre porque existem versões crônicas e agudas, que se diferenciam, dentre outras coisas, pelo tempo de duração dos sintomas e pela gravidade.
Para entender melhor o que é bronquite, quais são os tipos, como ela se manifesta e quais os cuidados que se deve ter, continue lendo e esclareça suas dúvidas. Aproveite e entenda também se bronquite é contagiosa.
O que é bronquite?
Entende-se por bronquite o processo inflamatório que ocorre nos brônquios, que, por sua vez, são responsáveis pelo transporte de ar nos pulmões.
A doença se manifesta quando os cílios presentes no interior dos brônquios deixam de eliminar o muco que há nas vias respiratórias.
Em decorrência disso, há o acúmulo de secreção que ocasiona a inflamação e contração das vias respiratórias. A tosse é um dos sintomas que se manifesta quando uma pessoa é acometida por essa condição.
Ocorre, no entanto, que existem dois tipos de bronquite. Conheça-as para saber mais sobre como elas se manifestam e como devem ser tratadas:
1. Bronquite aguda
A bronquite aguda é um quadro clínico que comumente se manifesta em decorrência de resfriados ou outras complicações como infecções respiratórias – virais ou bacterianas.
Os sintomas das crises de bronquite aguda perduram, em média, de 7 a 10 dias, podendo se estender, nos casos mais raros, a até 3 semanas. Pode ocorrer a manifestação de tosse residual que perdure por mais semanas, não apresentando efeitos duradouros e sequelas.
2. Bronquite crônica
Essa variedade da doença é mais séria, pois as crises de bronquite ocorrem repetidamente. Nesse caso, as tosses produtivas, ou seja, as que apresentam muco e/ou catarro, perduram, no mínimo, por três meses, de forma que se manifestem, ao menos, em dois anos seguidos.
O hábito de fumar é responsável por desencadear 80% dos casos de bronquite crônica, que é identificada como uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Os números em relação às DPOCs são alarmantes: a cada hora, segundo o banco de dados do SUS, três brasileiros morrem em decorrência de complicações pulmonares. Dessa maneira, é importante conhecer as causas e tratamentos possíveis e também saber como parar de fumar naturalmente.
Como a bronquite se manifesta?
Quando ocorre a inflamação dos brônquios, o revestimento interno se torna mais espesso e inchado, ocasionando sua inflamação e, consequentemente, culminando no estreitamento da passagem respiratória.
Além disso, essas membranas inflamadas liberam uma quantidade maior do que o normal de muco, que, muitas vezes, pode obstruir as vias aéreas.
As tosses produtivas que ocorrem em decorrência desse quadro indicam a maneira que o corpo encontra de tentar expelir essas secreções e, dessa forma, tornar o processo respiratório mais fácil.
Sintomas de bronquite
Agora que já sabemos o que é bronquite aguda e crônica, podemos ver quais sintomas ambas podem apresentar – eles costumam, na realidade, ser os mesmos. Sendo assim, é importante estar atento à possibilidade de um quadro de bronquite ter se instalado quando você passa a apresentar os seguintes sintomas:
- Tosse;
- Produção de muco, que pode se apresentar de cor clara, esbranquiçada, amarelada ou até mesmo verde. Em alguns casos – raros – pode conter partículas de sangue;
- Chiado no peito durante a respiração;
- Fadiga;
- Falta de ar;
- Dor de garganta;
- Dor de cabeça;
- Secreção nasal;
- Desconfortos torácicos;
- Febre;
- Calafrios.
Ao findar os sintomas de bronquite aguda, a tosse pode prevalecer por mais algumas semanas.
Dentre os sintomas da bronquite crônica, os seguintes sintomas podem se manifestar:
- Infecções respiratórias frequentes;
- Lábios roxos;
- Inchaço nos membros inferiores.
Causas
De maneira geral, a bronquite ocorre quando uma bactéria, vírus ou um micro-organismo desencadeia a inflamação dos tubos brônquicos e, embora o tabagismo seja um dos principais fatores de risco, a doença também pode se manifestar em quem não é fumante.
– Causas de bronquite crônica
Segundo evidências clínicas, uma crise de bronquite crônica pode se instaurar em decorrência de infecções bacterianas; exposição constante a fumaças, poeiras, poluição do ar e demais gases que podem irritar os pulmões, além do tabagismo.
– Causas da bronquite aguda
A versão mais leve da doença se manifesta, de maneira geral, após complicações virais, como resfriados e gripes causados por influenza, adenovírus, rinovírus, dentre outros, que podem evoluir até se tornarem quadros de bronquite.
Há casos mais raros em que quadros de bronquite aguda se manifestam em decorrência do contato de bactérias com o organismo, tais como Chlamydia Pneumoniae e Mycoplasma Pneumoniae.
Fatores de risco
As pessoas que apresentam fatores de risco têm mais chances de apresentarem os sintomas da bronquite. Alguns desses fatores incluem:
– Fumantes
A prática do tabagismo, ou até mesmo ser fumante passivo, ou seja, aquele que inala constantemente a fumaça de fumantes alheios, é um dos principais fatores de risco.
Isso ocorre porque tanto a prática de fumar quanto a inalação da fumaça são prejudiciais ao sistema respiratório, uma vez que ele destrói os cílios que protegem os brônquios, além de desencadear outras inúmeras complicações.
As vias respiratórias podem se obstruir e desenvolver quadros de bronquites. É importante considerar que o hábito de fumar cigarros eletrônicos, cachimbos e narguilés também se enquadra como fator de risco. Veja em detalhes por que fumar narguilé ou cigarro eletrônico faz mal.
– Portadores de asma ou alergias
Embora seja comum a confusão entre asma e bronquite e ambas sejam identificadas como inflamação nas vias respiratórias, essas complicações apresentam causas diferentes, que também podem variar de indivíduo para indivíduo.
O sistema imunológico é responsável por reagir após certas respostas investidas de micro-organismos estranhos ao corpo.
Tanto a asma quanto crises alérgicas irritam a parede dos brônquios, podendo resultar em crises de bronquite. Veja quais são os sintomas da asma para ficar atento.
– Baixa imunidade
Quando o organismo não possui uma estrutura defensória adequada, inúmeras complicações podem se instalar. Dessa maneira, um simples resfriado pode acabar evoluindo em crises de bronquite.
Esse é um fator de risco que deve ser levado em consideração especialmente para idosos e bebês, que normalmente não possuem uma boa performance quanto à imunidade.
Também é comum que pessoas que fiquem internadas em hospitais tratando outras doenças acabem adquirindo quadros de bronquite ou até mesmo de pneumonia.
– Refluxo gástrico
Assim como ocorre com quem possui asma e demais alergias, o vômito que ocorre em decorrência de refluxos gástricos é algo que danifica os brônquios, sendo identificado, portanto, como um fator de risco para bronquite.
– Fator hereditário
Assim como grande parte das doenças crônicas, a genética é um fator que influencia na manifestação de sintomas.
Sendo assim, é importante manter-se atento às complicações respiratórias que podem se manifestar quando há ocorrência de bronquite entre seus familiares.
O que é bronquite asmática?
Embora essa nomenclatura seja popularmente difundida, casos de bronquite asmática e bronquite alérgica não são quadros científicos, mas sim nomes vulgarmente atribuídos aos sintomas que podem se manifestar.
Dessa maneira, de forma geral, os termos bronquite asmática e bronquite alérgica não são aceitos pela comunidade médica.
Para identificar e delimitar o quadro, é preciso que o paciente se submeta a consulta com alergista, imunologista ou até mesmo clínico geral ou pediatra, no caso das crianças.
Tratamentos para bronquite aguda
Os quadros de bronquite aguda são autolimitados. Isso quer dizer que, após certo período de tempo – normalmente entre 7 a 10 dias – a doença para de evoluir, podendo deixar apenas tosses residuais.
Quando se trata de crises causadas por vírus, não há tratamentos específicos que assegurem o fim dos sintomas. No entanto, para fins de amenização, recomenda-se a hidratação do paciente, bem como o uso de vaporizadores para auxiliar no descongestionamento nasal, além da administração de analgésicos para combater a dor e antitérmicos em casos de febre.
Evitar a exposição aos fatores de risco ajuda a evitar que a doença se torne um quadro crônico.
Tratamentos para bronquite crônica
A recomendação mais enfática quando crises de bronquite crônica se instauram, é parar de fumar. Somente parando de fumar os brônquios podem ter sua qualidade restabelecida.
Além disso, é importante não ficar perto de pessoas que fumam, uma vez que a inalação da fumaça é perigoso e pode prejudicar o quadro.
É comum que médicos, diante de crises de bronquite crônica, prescrevam medicamentes broncodilatadores, que atuam no organismo, ajudam a dilatar os brônquios e, consequentemente, fazendo com que a passagem de ar seja mais livre.
No entanto, a administração desse tipo de medicamento, assim como antibióticos, anti-inflamatórios e remédios mucolíticos só deve ser feita mediante avaliação médica.
Dicas para evitar bronquite
Muitas vezes crises de bronquite podem ser evitadas adotando hábitos que corroboram para sua saúde e ajudam a impedir que seus sintomas se manifestem.
Se você é fumante, cessar esse hábito é a mudança mais importante a ser adotada no seu cotidiano, uma vez que o tabagismo é um dos principais fatores de risco para a manifestação da doença.
Além disso, aumentar a ingestão de água é fundamental, pois o líquido ajuda a diluir os mucos que ficam presos nas vias respiratórias, auxiliando sua eliminação.
Aspirar profundamente o vapor do banho ou ferver água e inalar seu vapor também auxilia no descongestionamento.
No entanto, se você é exposto frequentemente a gases, fumaças, poeiras e outros elementos que podem irritar as vias aéreas, utilize máscara para evitar o contato direto com essas substâncias.
Quando houver tosse produtiva, não a iniba, pois é uma forma que o organismo encontra de se livrar do muco nele acumulado.
Bronquite e bronquiolite: qual a diferença?
A bronquiolite é um quadro clínico que acomete principalmente bebês com idade igual ou inferior a dois anos.
Um vírus se instala em suas vias respiratórias, mais especificamente em um lugar chamado bronquíolo, diferentemente da bronquite, que ocorre quando há inflamação nos brônquios.
Nos casos de bronquiolite, recomenda-se que o adulto responsável pelo bebê lave constantemente as mãos e efetue a lavagem nasal da criança com água e soro.
Quando procurar um médico?
Para que um quadro de bronquite possa ser devidamente diagnosticado, deve-se recorrer ao atendimento médico. Recomenda-se que o paciente procure ajuda profissional quando:
- Estiver com tosses que perdurem mais de três semanas;
- A tosse estiver prejudicando seu sono e atividades cotidianas;
- Presença de sangue no muco liberado ao tossir.
É importante, ainda, atentar-se a sintomas como perda de peso repentina, febre, fadiga e/ou falta de ar, pois eles podem estar relacionados à pneumonia, uma outra complicação pulmonar que requer cuidados médico-hospitalares.
Seja qual for o diagnóstico, é imprescindível seguir as orientações médicas e o tratamento prescrito a fim de que o quadro possa ser normalizado e o paciente volte à rotina normalmente.
Referências Adicionais:
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/bronchitis/symptoms-causes/syc-20355566
- https://www.webmd.com/lung/understanding-bronchitis-basics#1
- https://www.webmd.com/lung/ss/slideshow-bronchitis-overview
- https://www.nhs.uk/conditions/bronchitis/
- https://medlineplus.gov/chronicbronchitis.html
Você já sabia o que é bronquite? Conhece alguém que tenha sido diagnosticado com a condição? Comente abaixo!
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