Em tempos de pandemia, é difícil encontrar quem não tenha decorado as principais recomendações de prevenção contra a COVID-19, a doença provocada pelo vírus. Duas delas são manter uma distância de pelo menos dois metros em relação às outras pessoas e usar máscaras faciais de pano sempre que sair de casa.
Os resultados de um estudo publicado em 19 de maio na revista científica Physics of Fluids (Física dos Fluidos, tradução livre) indicaram como o distanciamento físico e o uso das máscaras faciais são necessários para diminuir as chances de ser contaminado pelo novo coronavírus.
A pesquisa sugeriu que mesmo com uma leve brisa, como uma brisa com velocidade de 2,5 milhas por hora ou aproximadamente 1,1 metro por segundos, demora apenas cinco segundos para que as gotículas respiratórias viajem cerca de 5,5 metros.
É importante lembrar que o novo coronavírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa justamente por meio dessas gotículas respiratórias: quando uma pessoa com COVID-19 fala, tosse ou espirra, ela expele gotículas respiratórias contaminadas; se alguém estiver próximo a essa pessoa e respirar essas gotículas diretamente, poderá ser contaminado pelo novo coronavírus.
O estudo é de autoria dos pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Defesa e Segurança da Universidade de Nicósia no Chipre, Talib Dbouk e Dimitris Drikakis, que usaram uma simulação computacional de dinâmica de fluidos (um software) para simular como os fluidos se deslocam, para reconstruir como as gotículas de saliva podem se deslocar de uma pessoa enquanto ela tosse.
Durante o experimento, os pesquisadores levaram em consideração fatores como umidade, força da dispersão das gotículas, evaporação e como as moléculas de saliva interagem no ar. Eles chegaram ao cálculo da viagem de aproximadamente 5,5 metros em cinco segundos depois de rodarem parciais de equações diferenciais em 1.008 mil gotículas de saliva, tendo resolvido um total de aproximadamente 3,7 milhões de equações.
Em um comunicado à imprensa, Drikakis destacou a importância do trabalho para as normas de distanciamento seguro, em relação aos avanços na compreensão da disseminação e transmissão de doenças propagadas pelo ar e em termos de auxiliar a formação de medidas preventivas baseadas em resultados científicos. Você sabia que outra pesquisa identificou o coronavírus no ar em locais próximos a hospitais?
Especialistas afirmam que os dados obtidos no estudo de Dbouk e Drikakis podem ser úteis para determinar quais tipos de medidas de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento físico e fechamento de estabelecimentos, devem ser adotadas até a disponibilização de uma vacina.
Entretanto, a dupla de pesquisadores responsáveis pelo estudo afirmou que são necessárias mais pesquisas para entender como fatores como a temperatura do solo podem afetar o deslocamento das gotículas. Também é necessário investigar os ambientes internos, onde o ar condicionado pode influenciar como as partículas de saliva viajam.
Isso quer dizer que precisamos manter uma distância de mais de 5 metros para outras pessoas?
Outros pesquisadores, que não estavam envolvidos no estudo de Dbouk e Drikakis, apontaram que enquanto a pesquisa indicou que a saliva pode viajar até aproximadamente 5,5 metros, ela não abordou se o novo coronavírus seria capaz de sobreviver durante um tempo suficiente para infectar alguém dessa distância. O estudo não demonstrou se ou por quanto tempo o vírus permanece, o que é um fator em outras doenças altamente infecciosas como é o caso do sarampo.
O especialista em doenças infecciosas e pesquisador da Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade John Hopkins nos Estados Unidos, Amesh Adajla, afirmou que os especialistas não têm visto esse tipo de infecção com o novo coronavírus. No entanto, Adajla ressaltou que ainda existem muito questões vigentes acerca do vírus causador da COVID-19.
Para o professor associado de ciência da saúde da Universidade Ball State nos Estados Unidos, Jagdish Khubchandani, uma pesquisa feita em simulação é uma evidência muito boa, devido às dificuldades de fazer estudos com humanos durante uma pandemia.
Khubchandani considera que agora o próximo passo é obter evidências no mundo real, que levem em conta como diferentes tipos de relacionamentos interpessoais, culturas, comportamentos e interações podem influenciar a transmissão do vírus.
Enquanto não temos os resultados dos estudos subsequentes da pesquisa dos cientistas do Chipre e não temos a confirmação se o novo coronavírus pode infectar alguém mesmo a cerca de 5,5 metros de distância, o recado que fica é que todos continuem usando as máscaras faciais, que funcionam como uma barreira contra o vírus, e de manter a maior distância física que pudermos em relação a outras pessoas.
Fontes e Referências Adicionais:
Você tem mantido a distância de pelo menos 2 metros de outras pessoas quando precisa sair de casa? Com os resultados da pesquisa, pretende aumentar essa distância? Comente abaixo!
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